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domingo, 25 de setembro de 2005

[notícias da terra-que-tudo-imita]

Mas é o espelho, sempre ele, o espelho, anunciando você mesmo, dizendo com ponteiros magnetizados de bússola, norte, sul, leste, oeste, o ponto onde você está. E você está – se procura perceber – em frente ao espelho. A vida é o espelho que delata você, é você mesmo pedindo uma resposta, e a resposta está no outro, que por sua vez é você, dentro do próprio espelho. Chega um, chegam dois e mais um e mais dois, e já se enxerga uma multidão, e essa multidão inteira é você em pedaços, peça de um mosaico de espelhos cujas imagens congeladas se movem cada vez que você realiza um gesto.

Inteiro, aos pedaços, formando mosaicos, ou um corpo inteiro, não importa. A vida sempre lhe providenciará um espelho, mas você nem sempre pegará o espelho nas mãos, nem sempre se posocionará em frente a ele, você vai fugir, ou a luz que reflete de volta – ou o buraco negro, o extremo oposto disso - vai afugentá-lo.

Você, vampiro involuntário de si mesmo, ali no espelho em luz ofuscante, escondido na caverna escura onde não há luz, onde os espelhos morrem de tédio por serem tão inúteis. Você, que negará muitas vezes a imagem à sua frente, com gritos, dores, sofrimentos, ou total displicência, estará diante de um infinito que é o mesmo que está às suas costas, mas que só o espelho reflete. No entanto, insistirá em não vê-lo, por que desse lado você dá as costas para ele todo o tempo.

Até que o espelho se quebra em mil pedaços, vira pó, luz volátil, desaparece à sua frente e o que guarda – não mais o infinito, porque esse, gasoso, já está nas atmosferas – aparece, febril, possante, desesperador, à sua frente: o monstro dos espelhos, que te pediu tanto, lá de seu próprio mundo, um afago, pula em seu pescoço, cortando sua respiração e lhe pede agora carícias e atenção. Você, fraco, momentaneamente não resiste e sucumbe ao monstro que fora aprisionado na terra-que-tudo-imita para proteger você mesmo.

Sua dor reconstrói os pedaços que pairam ainda no ar – essa dor dura o tempo inverso à sua coragem -, e reconstrói um velho espelho à sua frente, onde só está você, homem de idades esquecidas, cercado pelo infinito, você sorridente e dono da luz que antes pertencia a ele, o espelho.