Silêncio, por favor
"Morrer é apenas virar a esquina e deixar de ser visto" (Fernando Pessoa)
Esta é minha homenagem a Alex, um cara com certeza muito especial, porque teve de virar a esquina mais cedo. Certamente, lá do outro lado estão precisando mais dele. Não o conhecia bem, mas freqüentávamos os mesmos lugares, tínhamos a mesma legião de amigos e conhecidos. Ratifico aqui a minha fé na vida, desejando a você, Alex, muita paz, tranqüilidade e coragem nessa sua transição. E, para nós, que ficamos, lembrar sempre que "de repente se morre". Portanto, a hora de dar a grande virada é agora. Estar aqui é um grande privilégio, um presente, e porque não abri-lo logo e agradecer sempre por esta dádiva?
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(Shhh... isso que vem será dito para você num sussurro; não quero quebrar a paz e o silêncio que emergem nesse dia)
... e por falar em transição, em vida e morte, hoje pensei muito na minha Espiritualidade. Nessas horas de dor, de choques (porque a gente sempre acha que jamais acontecerá com um dos nossos), é normal que as pessoas se voltem mais pra dentro. E vejam que falei voltar para dentro, como quem diz: silenciar-se. Espiritualidade para mim é isso: saber calar, saber estar só e ao mesmo tempo acompanhado pelo mundo inteiro. É estar interligado a tudo e a todos através de um elo de luz, que não faz perguntas nem cobra respostas. E eu tenho andado um tanto distante disso tudo. Já conheço esses caminhos, essas fases que passo, e tenho aprendido a respeitá-las mais. Não tenho mais me cobrado tanto e busco exercer a minha Espiritualidade no meu dia-a-dia mesmo. Minha mãe já não me manda mais rezar à noite; na verdade, hoje, até a idéia do que seja rezar mudou na minha cabeça - às vezes ouvir uma música que me faz bem ou ler uma poesia por si só já elevam o meu espírito e me põem em contato com o mais sutil. Estou afastado da Espiritualidade no sentido de que me anda faltando mais sistematicidade e disciplina nas minhas meditações, por exemplo. E, apesar de estar ciente e acreditar cegamente que a Espiritualidade nunca se afasta de mim, a verdade é que este meu afastamento torna os meus canais menos abertos, e por isso tenho me 'comunicado' menos com a minha Essência. Isso significa que, apesar de presente, a Espiritualidade tem tido menos acesso a mim. Escrever sobre isso aqui, dividir com vocês esse momento, é como estabelecer um compromisso. Já ouvi alguém dizer que o primeiro passo para resolver uma questão é admitir a sua existência - "aquilo a que você resiste, persiste" (Conversando com Deus). Pois então, amigos: admito na frente de todos vocês, que preciso me voltar mais para dentro, silenciar-me mais. E, diante dos fatos, nada melhor do que um dia desses, de acontecimentos tão graves e ponderosos, para parar diante da vida e apenas contemplar. (Hoje é um daqueles dias em que o mundo pede que o silêncio se faça). Namasté.
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(Shhh... isso que vem será dito para você num sussurro; não quero quebrar a paz e o silêncio que emergem nesse dia)
... e por falar em transição, em vida e morte, hoje pensei muito na minha Espiritualidade. Nessas horas de dor, de choques (porque a gente sempre acha que jamais acontecerá com um dos nossos), é normal que as pessoas se voltem mais pra dentro. E vejam que falei voltar para dentro, como quem diz: silenciar-se. Espiritualidade para mim é isso: saber calar, saber estar só e ao mesmo tempo acompanhado pelo mundo inteiro. É estar interligado a tudo e a todos através de um elo de luz, que não faz perguntas nem cobra respostas. E eu tenho andado um tanto distante disso tudo. Já conheço esses caminhos, essas fases que passo, e tenho aprendido a respeitá-las mais. Não tenho mais me cobrado tanto e busco exercer a minha Espiritualidade no meu dia-a-dia mesmo. Minha mãe já não me manda mais rezar à noite; na verdade, hoje, até a idéia do que seja rezar mudou na minha cabeça - às vezes ouvir uma música que me faz bem ou ler uma poesia por si só já elevam o meu espírito e me põem em contato com o mais sutil. Estou afastado da Espiritualidade no sentido de que me anda faltando mais sistematicidade e disciplina nas minhas meditações, por exemplo. E, apesar de estar ciente e acreditar cegamente que a Espiritualidade nunca se afasta de mim, a verdade é que este meu afastamento torna os meus canais menos abertos, e por isso tenho me 'comunicado' menos com a minha Essência. Isso significa que, apesar de presente, a Espiritualidade tem tido menos acesso a mim. Escrever sobre isso aqui, dividir com vocês esse momento, é como estabelecer um compromisso. Já ouvi alguém dizer que o primeiro passo para resolver uma questão é admitir a sua existência - "aquilo a que você resiste, persiste" (Conversando com Deus). Pois então, amigos: admito na frente de todos vocês, que preciso me voltar mais para dentro, silenciar-me mais. E, diante dos fatos, nada melhor do que um dia desses, de acontecimentos tão graves e ponderosos, para parar diante da vida e apenas contemplar. (Hoje é um daqueles dias em que o mundo pede que o silêncio se faça). Namasté.