Remorso
Não é fácil morar na Bahia. Veja bem que depois de dois dias de chuva em pleno feriado, hoje o céu amanhece meio nublado, mas meio que prometendo. Não dá pra ficar em casa em cima do computador, não há como não se sentir culpado. Tudo bem. Ligação de Vinis, "passa aqui, a gente almoça e vai". Antes das 13h, estamos no Porto da Barra. Praia lotada. Gente por todos os lados, falta espaço na areia até para pôr os pés. Essa semana que entrou a maré tá cheia à tarde, aí já viu. O espaço disponível cai pela metade. Vendedores, alugadores de cadeiras - eu já tenho a minha própria para evitar transtornos -, água de regador nós pés. Dia cheio, gente pra falar, mar pra se banhar, barquinhos à distância te chamam para te ninar lá longe no mar. Como posso ir à praia, não entrar no mar e não me sentir culpado? Lá vamos eu e Vinis, inseparáveis. Andamos até a outra ponta da praia, pulamos do trampolim, nadamos até um dos barquinhos e, depois de várias braçadas, de volta à terra firme. Impossível ir embora ainda. Ainda é cedo. E o sol, não se despede não? Como não se sentir culpado por perder o pôr-de-sol no Porto da Barra? Ok, ok, temos de ficar até pelo menos as 17h30. Que chato, mas é melhor assim, nada de culpas no feriadão. E assim o sol se pôs, tranqüilo, sem culpas, pra receber um aplauso de mãos cheias dos inocentes que, na areia, admiravam o espetáculo.