Pálpebra
Ainda é cedo pra amanhã. Mas o tempo urge, e não há horas disponíveis para sonos demorados. Se os olhos fecham, vejo sombras. Se os mantenho abertos, pelo menos garanto uma fatia de realidade. Quando há sono, durmo e fico imerso em realidades passageiras, sonhos com cores que não posso descrever, paisagens que não caberiam numa fotografia. A brisa que vem com esses primeiros raios parecem dançar ao som dos pássaros que madrugam. E eu aqui, homem absorto, olhos abertos, esperando não sei o quê.