<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d8639429\x26blogName\x3dDi%C3%A1rio+Evolutivo\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dTAN\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://evoluirefluir.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_BR\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://evoluirefluir.blogspot.com/\x26vt\x3d-7690663095198134269', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>







quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

[universos paralelos]

Estar de férias em Salvador, esta época do ano, é como viver em um universo paralelo. Você vai, por exemplo, à praia, e no carro ao lado vai um cara de gravata e paletó, sufocado no calor que você vai curtir na praia. Enquanto o sol bate na sua pele, cada vez mais bronzeada, o sol bate no cocuruto de quem anda pelas avenidas tórridas da cidade. Queimando, e deixando a pessoa cada vez mais irritada.

Ontem mesmo cheguei em casa lá pela uma da manhã. Havia dois carros parados na entrada da garagem do meu prédio. Todos dois lotados de pessoas bêbadas. Deviam ter vindo do Pelô, onde tem ensaio de alguma coisa todas as noites. Quem vai ao Pelô à noite – os habitantes do universo paralelo - não consegue imaginar que no mundo real há pessoas dormindo cedo porque amanhã é um dia como qualquer outro. E quem vai ao Pelô não imagina que ali há, também, pessoas que passam o verão fingindo que estão de férias. Estes são os fugitivos do mundo real.

No verão, em Salvador, não é difícil encontrá-los. Esses seres são desafiadores por natureza. Desafiam as horas de sono que qualquer ser humano precisa para suportar o dia seguinte de trabalho, desafiam o fim do expediente e vão com a sunga por baixo, dar aquele ‘mergulhinho happy-hour’ no Porto da Barra, não deixam de almoçar com o amigo que mora no exterior e está em visita à Bahia, nem que isso lhe custe o único intervalo que teria para pagar a conta no banco. Para identificá-los, basta observá-los dormindo pelos cantos durante o dia. O fugitivo pode ser um médico mal-humorado, a cozinheira que pôs sal demais na comida que você está comendo no restaurante antes de ir passar aquela maravilhosa tarde na praia, ou até mesmo seu chefe, mais rabugento que o normal.

Mas é verão, e isso é o que importa. As coisas estão acontecendo. Havia um tempo em que eu ia com um grupo de amigos para o Litoral Norte e lá ficávamos dez dias seguidos nessa época do ano. Um universo paralelo mais distante e paradisíaco, vamos dizer assim. O quarto que dormíamos era tão escuro que nove da manhã parecia uma da madrugada. Eu era o primeiro a observar isso. E não contava duas vezes antes de acender as luzes ou abrir a janela e gritar a frase que virou um clássico:

- Vamos levantar, galera. É verão e as coisas estão acontecendo. – bastava isso para ninguém conseguir mais pregar os olhos.

Nunca vi slogan melhor na vida. O fato de saber que as coisas ‘estão acontecendo’ enquanto você está no ‘mundo real’ de um escritório, ou em um quarto dormindo, deixa uma certa sensação de desperdício no ar. E é daí que surgem os zumbis ou pessoas como eu que nem vão se importar muito em revisar o último post do blog. Afinal, o sol está brilhando e as coisas estão acontecendo.

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

[um depois do outro]


- Moço, é a sua vez.

- Ah, senhor. Me desculpe. Estava aéreo aqui, pensando em umas coisas boas...

- Nunca vi ninguém assim tão feliz na fila do pão.

- Pois é, né. Acho que essa minha felicidade está estampada na cara. Até esqueci.

- E com tanta notícia ruim no jornal... você ainda parece tão feliz.

- É verdade. Vem de dentro. Vou querer dez cacetinhos, moça.

Voltou pra casa, que agora é a casa deles. Sentou-se à mesa, com aquele mesmo sorriso estampado na cara. Esqueceu do ruim do jornal, mordeu o pão quentinho, com gosto de casa, de aconchego. Com gosto de aniversário de um ano.