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domingo, 12 de novembro de 2006

[riscos]

Não pára de chover. Há horas cai água do céu, em gotinhas perfeitas que se estilhaçam no chão. Vidro líquido. Daqui do quarto no quarto andar, com a luz escassa da noite nublada, se quero descobrir se a chuva mínima e constante ainda cai, é preciso ativar dois dos meus sentidos: a audição e a visão. Há o som dos pingos no chão, e há o reflexo dos pingos na lâmpada do poste. Este último é o mais confiável dos sinais, posto que o barulho da água no chão pode já ser o resto de chuva que estava nos telhados e ainda caem, enganando meus aconchegados sentidos.

Rezo que ela continue a cair. Hoje não saí de casa porque lá fora está tudo molhado, e a secura fresca daqui de dentro é convidativa: em lugares como esse em que moro, onde o sol é mais freqüente, a desculpa da chuva é a melhor de todas para ficar em casa. É culturalmente aceitável atrasar-se ou até faltar a compromissos sociais por causa dos pingos lá fora.

Chuva à noite é ainda mais especial. Não só porque dobra o prazer do sono, mas também porque dá ao céu uma cor misteriosa, com uma claridade que parece vir de um holofote aceso atrás das nuvens que, de tão espessas, não permite a passagem da sua luz, deixando apenas um halo, uma breve clarão, um mistério.

Passo horas na janela, como que querendo ter a prova de que lá fora caem esses pedaços aguados de céus, como que querendo confirmar a certeza de que lá fora Deus está faxinando o mundo, desceu com vassoura, água e sabão, como que preparando a casa para algum grande acontecimento.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

[edit me]

Por que a vida, ela mesma, não queima etapas. Apresenta-se inteira, única. Não há etapas visíveis. Vêem-se as etapas depois que elas passam. Tantas vezes queria ter dito: essa eu pulo, mas já foi tarde que ela já está aqui, sob meus pés. O chão que piso é momentaneamente o ar que respiro. Respiro repetidamente. Quando há um susto, o súbito me faz engolir o ar, e o próximo impulso é absorver mais para encher os pulmões com tudo, até esgotar-lhe a capacidade. Pelos tombos e sustos vou aprendendo que há a respiração e há sua redundância, há o ódio e a falta de ar, o remorso e o ar rarefeito, há o silêncio e o ar que se corta em fatias. Há meus pés, o limite da etapa onde me encontro. Há, por fim, eu do alto: o filme inteiro.