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domingo, 25 de junho de 2006

[foi assim meu são joão]





Eu e minha lente, descobrindo os prazeres ocultos da natureza.

terça-feira, 20 de junho de 2006

[fazer anos...]

Se fazer anos é ficar mais experiente, mais velho, mais entendedor do que se passa nas mentes e corações, se fazer anos é aumentar em um grau a apuração do gosto, é aprender a olhar para todo mundo nos olhos, é sentir que deu um passo adiante no caminho da evolução, é sentir o mundo mais próximo, é ver uma flor e não pisá-la – posto que as flores ficam mais visíveis aos mais maduros –, se fazer anos é pensar em construir mais que destruir, é pensar em amar mais que odiar, é viver mais agora do que ontem ou amanhã, é amar cada vez mais, é melhorar hábitos alimentares, é preocupar-se tanto com o corpo quanto com a mente e as emoções de forma mais equilibrada, se fazer mais anos é tornar-se mais paciente, mais aberto a críticas, mais sortudo, mais cheio de poucos e verdadeiros amigos, se fazer anos é completar velhos ciclos e abrir novos, se é ter novas experiências, se é amar mais as crianças, aprender a apreciar detalhes, entender um pouco melhor as intricações da vida e o valor dos gestos, se é entender mais do que seu corpo é capaz e aprender, com isso, a respeitá-lo mais, se é doar-se com mais generosidade ao mundo e às pessoas, se é aprender a olhar o outro com mais compaixão e para si mesmo com mais humildade, se fazer anos é não apagar, mas acender velas, iluminando corações, estradas, quartos solitários, se fazer anos é aprender a viajar mais, a comer melhor, a despir-se inteiro, se é aprender a ouvir música melhor, se é encontrar e reencontrar livros, se é festejar com os amigos queridos, se é um relacionar-se com seu objeto de desejo e amor com mais profundidade e entendimento, treinando a incondicionalidade do amor verdadeiro, se é ganhar presente, se é lembrar daquele cheiro de pamonha cozida, de São João no ar, se é viver de novo mainha na beira do fogão mexendo a canjica, as bandeirolas penduradas ao ar ao som de Gonzagão na vitrola de antes e no CD player de hoje, ah se fazer anos é tudo isso, eu quero mais é apagar muitas velinhas sim, sempre. E no meu mais novo recorde, que é ter 32 anos, eu quero é agradecer o carinho da vida por mim, essa vida que chamo de Deus, que chamo de vocês, meus parceiros evolutivos, que tão pacientemente têm-me provido disso tudo e de tudo o mais que eu sempre desejei, desde o início dos inícios. Por mim, hoje, não apague, mas acenda uma vela, uma luz no seu coração, e espalhe esse sentimento pelo mundo. Esse é o maior voto de felicidade que posso receber de você.Muita paz, anos, anos de vida a todos nós, e muita, infinda, felicidade!
(Originalmente publicado há um ano.)

domingo, 18 de junho de 2006

[ainda me pergunto]

sexta-feira, 16 de junho de 2006

[a antonio]

Eu tive a oportunidade, nas últimas semanas, de presenciar dois rituais relevantes no Candomblé e na Igreja Católica. Deparando-me com as diferenças, em tão pouco espaço de tempo, pude apreciá-las, à distância, como bom observador que procuro ser. Ontem fui ao encerramento de uma trezena de Sto. Antonio e há umas três semanas à saída de santo de um amigo. Dois rituais extensos, dois rituais de fé extrema, cansativos para quem é de fora, mas para ser degustado a cada fio pelos participantes fervorosos. No ar, em ambos, uma energia tão poderosa que poderia ser cortada com uma faca afiada.

No Candomblé, a sala era quase do tamanho do meu quarto, ou de uma sala de aula do UEC, onde cabem 12 pessoas. Os filhos e filhas-de-santo – estas últimas com suas saias rodadas de diâmetros imensos – dançavam ao redor do fogo da vela e por milagre – só assim posso explicar – não se queimavam. No ritual católico, era uma casa de mais de 200 anos. Piso de madeira, pé direito altíssimo, altar (ver foto) decorado para o santo. Os presentes – como no candomblé, de todas idades – cantavam fervorosamente as canções e entoavam as rezas em fervor ao santo casamenteiro.

No terreiro, as oferendas eram atiradas na rua. No ritual de Antonio, elas eram disfarçadas numa comedeira sem fim ao final da festa. Nos dois espaços, a fé. Nos dois espaços, rituais imbricados, fé sincretizada, coração pedindo paz, proteção. Nos dois a minha certeza de que é a fé que nos move, de alguma maneira. Nos dois, um balanço final de que eu, por não pertencer a nenhuma religião, às vezes me perco na minha fé. Sei do lado bom disso tudo – a minha liberdade -, mas sei também que os rituais são um atalho para um contato mais profundo e contínuo com Deus. Seja qual for a religião, seja qual for o caminho.
(novas fotos no Lambe-lambe)

terça-feira, 13 de junho de 2006

[retorno em pedaços]

Como Deus é grande e o ladrão a essa hora deve estar se pelando de medo da polícia federal, que tomou as rédeas da investigação, a bandeira está sendo devolvida aos pedaços. Os larápios têm posto os pedaços da bandeira em sacos plásticos em diferentes pontos da Cidade Baixa. Temos encontrado, remendado de volta, e acreditado que mais pedaços vão surgir. Uma loja de tecidos fez uma doação generosa. O detalhe é que o dono da loja quis manter-se anônimo:
- E vê se a senhora não divulga o nome da loja, porque eu sou espanhol e esse negócio de torcer para o Brasil vai pegar mal para mim.
Bondosos que dão entrevistas, bondosos anônimos, não importa. O que vale é que estão todos unidos em prol de uma coisa só. Bonito de se ver, como a bandeira, que voltou a ser gigante, agora não mais com os 1500 m2 originais, mas 'apenas' com 1000m2. Um pouco menos, mas em compensação mais fácil de carregar e de agitar na hora do gol.
;;;
Até os 'ladrões conhecidos' da minha mãe - há mais de trinta anos no bairro e popular do jeito que é, nada mais natural - compareceram à frente da minha casa em comissão para se solidarizar:
- A senhora sabe que a gente rouba, que a gente é ladrão, mas roubar uma bandeira é demais. A gente vai achar esse sacana e matar ele.
Éticos. Indiscutivelmente éticos esses meus vizinhos malandros.
(imagem daqui)

quarta-feira, 7 de junho de 2006

[o sumiço do verde e amarelo]

O bicho tá pegando aqui na Cidade Baixa.

Minha mãe, junto com a comunidade da Península Itapagipense e os alunos da sua escola, o Centro Educacional Santa Rita, confeccionou uma bandeira de 1500m2 para a Copa do Mundo. Eis que saímos todos em passeata na última sexta-feira, rumo à Colina Sagrada do Bomfim para ver se, elegendo o santo como o novo técnico da seleção, numa parceria meio que sobrenatural com Parreira, conseguiríamos trazer da Alemanha o título de hexacampeões.

Teve minha mãe depositando a sexta estrela no altar de milagres da Igreja do Bomfim, mulheres grávidas de oito meses carregando a bandeira em nome da fé, crianças pintadas nas cores da Pátria, e até argentino subindo a colina descalço com uma cruz nas costas pedindo a Oxalá que nos faça – nós, os brasileiros, obviamente, - campeões. Teve a imprensa – um deleite para os aspirantes a celebridade como a minha irmã Érica – teve corre-corre para gravar todos os programas, porque saímos em todas as emissoras, sim senhor. Tiramos a barriga da miséria de tanto flash.

Mas, como alegria de pobre dura pouco, e sucesso chama inveja, nos preocupamos tanto com os jogadores e ocupamos tanto o santo com a tática mais apropriada para enfrentar os croatas, que esquecemos de colocar a mandiga da proteção da bandeira em si. Isso mesmo, amigos torcedores: a bandeira sumiu. A bandeira foi roubada. Invadiram a escola e levaram o símbolo maior da Pátria, o símbolo maior da união da comunidade que passou três meses para confeccionar o tesouro. Para matar ainda mais de ódio os ladrões – cuja intenção, certamente, não é a de revender a bandeira, mas matar uma certa sede de vingança causada pela inveja – todas as televisões vieram cobrir o ‘espetacular roubo da bandeira gigante’. E quem acha que o roubo nos deixou cabisbaixos, se espantou ao ver a comunidade se reerguer e começar a fazer a vaquinha para comprar mais pano.

É que como dizem por aí, brasileiro não desiste nunca mesmo. Que nos ouçam Parreira, Oxalá e os jogadores todos da seleção. E que isso tudo traga um incentivo ainda maior para que eles tragam a taça para nós.

Para ler a notícia, clique aqui.
(na foto eu e minha mãe na Colina Sagrada. Sob nós, a bandeira roubada)

domingo, 4 de junho de 2006

[primeiro]

Repente é musica que sai da cabeça em rimas certinhas.
Poesia é musica que se canta sem instrumento.
Poesia é o chamado de alguém que ama.
Inspiração é um ventinho que passa e se a gente não respira se vai e nunca mais.
Nunca mais é o que começa na última chance.
De repente é gesto livre.
Liberdade é o banho de sol do preso.

Ponho-me então, qual Adriana Falcão, a querer definir tudo isso que vejo lá fora, mas meus gestos são impreciso, sei. Tudo sai sem muito plano e assim deixo que existam sem me preocupar muito em consertos. A minha espontaneidade, por vezes, é a minha grande inimiga, pois a confundo com a preguiça. A minha preguiça se disfarça na crença de que me deixo acontecer. Isso por vezes é bom, mas nas outras agride e machuca, por fim, a possibilidade de melhora das coisas. Meus atos de improviso machucam quem me lê e quem, em vão, tenta me absorver as palavras. Machuca por vezes os que dependem de mim como iniciador e facilitador do conhecimento. A minha preguiça por vezes se disfarça em improviso. A minha potencialidade se esconde no mínimo que sou capaz de criar. Minha busca pela perfeição se esbarra no primeiro encontro do sentido, da métrica, do jeito que me satisfaz. Ensinaram-me um dia – e eu nunca aprendi – que a melhor idéia nem sempre é a primeira. Mas sempre, ou na maioria das vezes, me contentei com o que veio primeiro. Com o primeiro da fila em mãos, ignorei os outros pés cansados e os mandei embora. Não sei quantas chances eu perdi por não tê-los apertado as mãos. Ficam as dúvidas e entre elas, a maior de todas, que foi a que eu escolhi para buscar a resposta, a dúvida de todos nós, inclusive dos que esquivam dela: a dúvida original.

[conversando com Du - Livro 1]



Eduardo Goulart, meu amigo mineiro que quando conheci andava em busca de um sonho, que não sabia ao certo qual era, mas tinha a certeza que a contemplação das estrelas o ajudaria a encontrar. É bonito ver o percurso de alguém em busca de um sonho e ver, acima de tudo, as pessoas poderem desenvolver as suas potencialidades da melhor forma, com apoio do mundo e com muito ‘conforto emocional’, não é Du?

Apresento a vocês o fotográfo-amigo e seu talento inigualável. Para conhecê-lo melhor, clique aqui.

quinta-feira, 1 de junho de 2006

[greves]

Sempre me considerei um monge-budista-pós-nirvana no trânsito. Quem anda comigo sabe que sou bem paciente e controlado. No trânsito. Quem anda comigo e me vê, como hoje, dando umas buzinadas irritadas atrás daquele cara que dormiu e não viu que o sinal ficou verde, pode imaginar o quanto o trânsito desta cidade está caótico. Imaginem o que não é preciso para irritar um monge pós-nirvana. Essa é a imagem do caos soteropolitano.
A greve de ônibus em Salvador já caminha para seu quarto dia. O resultado é óbvio: o trânsito da cidade piorou consideravelmente. Quem não tirava o carro da garagem agora teve de tirar. E o detalhe mais interessante é o seguinte: quem não tirava, não o fazia ou porque não queria expor o carro, gastar gasolina, ou porque o carro era velho demais, podendo certamente deixar o dono na mão. E essas velhas carangas estão nas ruas. Paradas, velhas, sendo empurradas, complicando o trânsito e fazendo monges budistas arrancar os cabelos de impaciência. Em cada canto da cidade tem um carro velho, ou muito lento, com o escapamento de fumaça preta e venenosa, ou totalmente inerte, exigindo malabarismos dos motoristas para contorná-los.
Não reclamo da greve. Acho-a necessária, apesar de achar que já está se tornando um tanto longa e prejudicial à cidade. Confesso que dar uma folga da rotina de sala de aula foi bom no início, mas por outro lado a perda do hábito das atividades diárias corta o ritmo, e o retorno, desta forma, é muito mais difícil. Estamos em clima de final de semestre e o que menos precisamos nesses dias é desacelerar o ritmo. É igual a estar quase chegando ao destino final de uma viagem e ter de desacelerar o carro, adiando a chegada. É assim que me sinto: um pouco como uma dessas carangas velhas paradas no meio do caminho.

(O que espero mesmo é que não perdure por muito tempo essa falta do transporte que me levaria até ti. Que não faltem as rodas, o paciente motorista que já conhece o meu sorriso de embarque, a gasolina que move o ônibus e me leva junto durante a noite para chegar aí, na tua cama, ainda na hora em que o sol permanece escondido, na hora em que o frio das alturas de onde moras ainda arde a pele, nessa que é a melhor hora para entrar sorrateiro por entre as cobertas que já aquecem há horas a tua pele que parece fogo diante do frio que vem lá fora e que agora tem horas contadas na minha pele. Que não perdure a greve, porque não pode haver greve de ti, deste teu calor, deste teu aconchego.)