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terça-feira, 28 de março de 2006

[carta do adeus provisório]

Não me surpreende a minha total falta de rumo no momento em que os nossos olhos tiveram que suspender o tempo, gravar neles mesmos os últimos flashes ao vivo de nós dois ao dizer o até logo da quinzena. O ônibus, parado, já tinha abertas as portas, o motorista pediu o ticket onde estava escrito o meu destino, mas, mesmo assim, eu havia perdido o rumo. Se não houvesse um motorista, um condutor que me levasse ao meu destino, eu mesmo, pelos meus próprios pés, talvez tivesse andado em círculos, talvez apenas metros e caído ao chão, cansado. Precisei das horas para me aprumar de novo. A tua falta desregula a minha bússola, porque és tu o meu norte, o meu leste e oeste, o meu sul. É pelo que és que sei aonde vou. É onde estás que é a minha maior referência, é a distância de ti que faz o diâmetro do meu mundo. É por ti que me localizo, por ti que meço o espaço que ocupo no mundo, por ti que me privo do fundo e exploro o meu, o nosso mundo.

segunda-feira, 27 de março de 2006

[pizzaiolo]


Mais uma das minhas mil manias: um dia te convido para comer uma pizza feita por mim mesmo.
Correndo, sem tempo de postar, mas conectado!

quinta-feira, 23 de março de 2006

[manias minhas]

O menino que voa me pediu que fizesse. Passo a bola para Wilker, Ladra do Bem, Jorginho, Nanda e João.

"Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que o diferenciem do comum dos mortais. E, além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogs aviso do 'recrutamento'. Ademais, cada participante deve reproduzir este 'regulamento' no seu blog".

:*:Não durmo sem rezar. Se dormir, já viu: pesadelo na certa.
:*:Não consigo falar se o interlocutor não estiver me olhando atentamente. Já me mandaram fazer terapia por conta disso.
:*:Comprar sapato, caneta, lápis e shampoo. Se deixar detono o estoque da sapataria, da papelaria e do supermercado e farmácias circunvizinhas.
:*:Tomo vitamina de banana todo dia (esse é o meu café da manhã). Como é líquido, acaba que sinto fome logo cedo e tomo outro café da manhã.
:*:Não consigo dormir com fome.
:*:Tenho mania de esticar meus dedos pra trás, relaxa.
:*:Seriados americanos.
:*:Mas a mais estranha de todas as manias é a de deixar o carro na garagem e sair de ônibus. Essa é pra internar.

quarta-feira, 22 de março de 2006

[sobre quedas]


Nunca fui de esportes radicais. Sempre me contentei com o chão firme, com um céu adequadamente sobre e não sob mim e uma visão estável das coisas ao meu redor. Já me arrisquei algumas vezes em tobogãs de alturas imensas, já fui a Lençóis e me ousei a ‘escalar’ lugares altos o suficiente para me causarem vertigem e me paralisar – e é nessas horas que a gente descobre que o medo, de fato, paralisa. Em todas as situações houve o frio na barriga e eu mesmo me forçando a vencer um medo que eu considerava bobo.

Desta vez, no Porto da Barra, quando eu resolvi andar de Banana Boat, não me ocorreu medo algum, apenas uma certa preguiça que dá quando a cadeira da praia é maravilhosamente confortável e a companhia ao lado é o aconchego que se quer para sempre. Preguiça boba, de quem não quer sair da inércia-delícia. Mas eu fui. Só sete reais, vale a pena. Montei no Banana Boat, e só quando a lancha começou a se mexer comecei a lembrar, em flashes, as notícias que eu já tinha ouvido a respeito de coisas que dão errado nessas famosas rides. “Acidente em Banana Boat na praia de...” de repente soava familiar, mas resolvi relaxar, afinal é sábado de carnaval e vale tudo. Não precisei de mais que cinco minutos para tomar uma queda cujas conseqüências ainda estão no meu corpo: o arranhão sarou, mas torci um músculo que protege (?) meus arcos costais e até hoje, quase um mês depois, ele ainda dói. Agradeço por não ter quebrado nada, e ter aprendido a lição: nunca mais esportes radicais, Banana Boats, só de longe, porque definitivamente não dá pra ir de encontro à minha natureza.

[km/h]

A vida tem andado a quilômetros por hora. Não tem me atropelado, é verdade, porque tenho buscado andar junto, nos mesmos passos rápidos. As duas últimas semanas foram de correria intensa: entregar, definitivamente, a dissertação, aguardar ansiosamente pelo dia da defesa e recomeçar o ritmo intenso de dois trabalhos, duas centenas de alunos, testes para elaborar, para corrigir, uma aula depois da outra, um dia depois do outro chegando com tanta força, tanta presença, tanta imposição quando o despertador toca. O início de tudo tem um ar de frescor, que insisto em tentar manter depois da terceira ou quarta vez que o despertador toca tão cedo, pondo-me sentado na cama, dentro do quarto escuro, sem saber ainda, de tão embriagado, qual a direção da janela, aquele ponto quadrado por onde entra a luz. E toca a partir da quinta vez, transformando, de novo, tudo em uma rotina exaustiva, mas feliz, segura, que imprime um sentimento de conforto.

Por que é bom recomeçar. É bom ter um sentido, um meio, um fim. É bom pôr a cabeça de fora e sentir esse vento que sopra forte porque o trem vai rápido. Sendo a vida esse trem a mil por hora e eu esse passageiro-criança, que por vezes põe um braço inteiro pra fora e brinca com a força do vento, só me resta pedir combustível, força, saúde e amor, sempre.

sábado, 18 de março de 2006

[onde rola a brisa]

Marisa anda dizendo que tem um infinito particular, e que existe por aí um lugarzinho onde rolam idéias infinitas, um vento bom na varanda, um lugar daqueles que acalmam o coração, onde o mundo tem razão, sonhos semeando o mundo real, tudo isso são palavras dela, não minhas. E eu andava me perguntando por que andava tão sumido, e a musa respondeu. É que, como todo mundo – até os que nem sabem muito disso – tenho morado em um cantinho do mundo só meu, onde tem uma brisa suave, um canto escuro e outro claro, um cheiro bom no ar e o filme dos meus sonhos rolando na tela naquela hora em que eu quero só deixar a imaginação rolar. Por vezes saio desse canto daqui e vou para o canto de lá, mais aquecido porque são quatro os braços, duas as bocas, quatro as pernas, e sonho é um só. É o canto onde a realidade cansou de resistir à vontade, o sonho espera que os dias passem para acontecer de fato e eu, sonolento, durmo e acordo sem hora, sem razão, sem vontade alguma de ter qualquer razão, sem vontade alguma de sair dali e perder qualquer milímetro cúbico daquela brisa.

Acho que voltei. Será?

domingo, 5 de março de 2006

[até que nada os separe]

E ao final da cerimônia o padre não consagrou a união até que a morte separasse os pombinhos.

- Sabem lá vocês o que é acordar de manhã e ter de beijar a boca de uma pessoa que não se ama mais quando ela sequer escovou os dentes ainda? “Até que a morte os separe” pode ser um crime contra a busca da felicidade quando o amor acaba. E pode ser, igualmente, uma grande calúnia quando nem a morte consegue separar dois seres que se amam de verdade. Por isso, por mais que esse meu discurso possa escandalizar os religiosos mais conservadores, não os unirei até que a morte os separe.

E por aí foi o discurso do moderno padre da Igreja Brasileira – cujo nome jamais saberei, posto que ele saiu praticamente correndo para o próximo casamento - que casou Rita e Danilo ontem à noite, na casa de Vinícius de Moraes, em Itapuã. A casa ainda tem ecos dos versos do poetinha no ar, ecos antigos de suas clássicas músicas que foram captadas sabiamente na atmosfera do local por uma bela negra que entoava suavemente que pra sempre vou te amar, por toda a minha vida vou te amar, a cada despedida vou te amar.

Vinícius devia estar cochichando aos ouvidos do padre as palavras que diziam, como quem de improviso faz uma poesia falada, da necessidade de sempre dizer eu te amo, de sempre chorar e amar em cada despedida, de sempre lembrar, chorando de novo, daquela hora em que a noiva entrou pelo portal de flores, desconcertadamente andou pela passarela improvisada por cima da grama, encontrou o noivo aos prantos e, de tanto amor, esquivou-se do beijo na hora que ainda não era a hora final, decisiva. Não vai sair da memória de Vinícius - que com certeza estava sentado ali logo à frente, copo de uísque nas mãos e divertindo-se ao cochichar para o padre as palavras tão inspiradas - o momento em que o noivo pegou nas mãos o microfone e disse em alto e bom tom que o que eu mais quero nesse mundo todo é essa mulher como minha esposa.

Não vai sair da memória de Vinícius a hora em que um rapaz apaixonado, sentado ali, logo na frente, pertinho do sorriso dos noivos, chorou uma lágrima ao ver a presença tão forte do seu amor em três palavrinhas que piscavam na tela do celular. Não vai sair da memória o cheiro de poesia que emanava de tudo aquilo, o cheiro da chama que já apagou por não ser eterna, mas que de alguma forma ainda infinitamente dura no ar que mistura poesia e maresia, numa rima perfeita, suspensa, na casa do poetinha.

sábado, 4 de março de 2006

[elas entre nós]


São essas as duas amigas lá do outro lado do mundo

que vieram dar em terras quentes para, entre outras coisas, receber beijos igualmente aquecidos...

quarta-feira, 1 de março de 2006

[três vezes ao dia]

Ivete já dava as caras logo ali em frente, no final do percurso. De cá, esperávamos a rainha, já ouvindo os graves da sua voz. Perto de nós, grave, ficava mesmo era a situação: com a cantora-maderada, veio também uma multidão que nos apertou o máximo que pôde. Estávamos ao lado de um isopor, que por pouco não foi amassado, cortado aos pedaços. Uma senhora de mais ou menos seus setenta anos fez uma muralha humana. Sim, ela era o próprio muro que protegia a caixa de isopor, seu ganha-pão.

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Outra senhora andava pelas ruas vendendo batata frita e um biscoitinho caseiro. Encontrei com ela, no percurso, umas quatro vezes. Numa mão, os biscoitos, noutra, as batatas, uma terceira mão, ela improvisou nos braços, onde carregava as latinhas que encontrava no caminho. Sua cara tinha um misto de tristeza, de resignação e arriscaria, até, um quê de alegria. Não a mesma alegria minha, mas uma alegria de quem vai ter o que comer por uns dias.

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Farol da Barra. Daniela em um trio. Brown em outro. Eu, logo ali embaixo. Um sujeito se aproxima e tenta roubar o isopor de um garoto. Começa uma briga, que logo abre um clarão na avenida.

- É isso que vocês querem, passar a noite na cadeia? – brada Daniela do alto do trio, com aquele ar de protetora, defensora sei-lá-de-quem.
- Com certeza não, Daniela! O que eles querem é educação o ano inteiro, não dá para querer educá-los apenas no carnaval. – brada de volta Brown, defensor de sei-lá-quem.

De cá, nós, sem microfones, sem nada na boca, mas com um eco enorme na cabeça. De quem é a culpa de tanta desigualdade?

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Enquanto isso, no Aeroclube, no Jardim Brasil e nos jornais, garotos e garotas de classe média alta compram a camiseta que lhes dará o passaporte para a jaula que protege desses pobres que catam lata, que brigam, que cheiram mal e que se jogam em cima do ganha-pão mesmo que suas rugas e pernas cansadas peçam que por favor parem.

Enquanto isso, a Band anuncia a música vencedora do carnaval e o apresentador diz que a festa foi linda, e que nunca viu tanta alegria nas ruas.