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sábado, 30 de outubro de 2004

Volto logo


Vou sair por aí. Vou voltar para meu mundo de gramas verdes e areias brancas e praias de águas azuis e doce de abóbora na colher e café-na-casa-da-vó. Vou pra o lugar do mundo que mais me viu despido, que mais me viu juntar forças e chorar nos dias da minha adolescência. Vou voltar pra o lugar onde nasceu mim-mesmo. O lugar distante do barulho que as ruas fazem, o barulho que este teclado faz, o barulho que eu faço em mim. Vou voltar-me para o silêncio, vou estar no seio da minha família, não no sentido estrito, mas família de árvores, de águas, de sóis escaldantes, de gente simples. Não resistirei ao banho de cachoeira que purifica, não resistirei a uma caminhada no vale dos índios, não resistirei e me atirarei na Lagoa Azul, mais linda que no filme mesmo, por ser de águas sem sal. Não resistirei e contemplarei o contraste do verde das palhas dos coqueirais com o azul anil do céus. As lavadeiras... ah, estas terão de repetir mais uma vez suas histórias, por que eu quero mais uma vez entrar na solidão de suas vozes. Não resistirei e sairei andando à noite, embaixo de um céu mais estrelado que qualquer outro céu de qualquer outro lugar, e não poderei deixar de lembrar do dia que, ainda criança, me disseram que o céu nada mais era do que uma lona de circo, usada, muito usada, porque aquilo a que a gente chama de estrelas são na realidade seus furos. Não vou passar por caminhos que cruzei com meus amores relâmpagos, ou lembrar de tempos passados. Vou deixar que venham até mim as lembranças, que venham e me invadam, como já me invadem estes sons do passado, que vêm e vão, vêm e vão. Terei o prazer, o grande prazer, de passar três dias de paz em Baixios. Volto em breve, talvez mais falante, talvez mais calado. E se o silêncio se fizer, é porque não há nada para ser dito. Imaginem então a paisagem mais linda que já viram, o sol mais brilhante, a água que mais limpa, e saberão o que o meu silêncio contempla.

sexta-feira, 29 de outubro de 2004

Não-Leo


Hoje tem festa! E festa das boas, com Margareth Menezes botando pra ferver no Pestana, no lançamento do Bloco Os Mascarados. Festa à fantasia, pra quem quiser pôr a máscara e fingir, fingir, até cansar. E eu, como bom fingidor que sou (bom, mas não tão bom quanto o poeta), não vou ficar de fora. De que eu vou? Acho que vou de não-Leo, vou fingir que não sou eu. Vou observar a reação das pessoas ao me verem vestindo a máscara do meu contrário, da negação do que eu sou. Vou fingir que não conheço amigos de velhos anos e tratá-los como se os tivesse conhecido ontem. Vou olhar para o mar do Rio Vermelho e saudá-lo como se saúda a um estranho; vou fingir que nunca me emocionei olhando do alto suas ondas lutando contra as pedras. Durante o show, não vou olhar para os lados, vou fingir que não quero nem um beijo na boca e que estou muito feliz só, obrigado. Por trás da máscara, estará o verdadeiro Leo, protegido, intacto. Do lado de fora, o mundo. Serei um Leo inventado, uma produção falsa, uma fantasia de carnaval. Feito de mentira, mas movido por uma verdade, uma alma. Qualquer gesto meu em falso poderá fazer a máscara cair e, com ela, se revelará a minha alma. Então, que se revele e, junto com esse não-Leo, de mãos dadas, formem o par mais improvável, beijem-se e reconciliem-se e sintam-se como há muito não se sentiam. Por que em fevereiro, para o Carnaval, as duas alegrias terão de estar unidas numa ilusão apenas, que durará até a terça-feira, quando se indispõem de novo, para viver os dias que seguem às cinzas.

Comentaê!!

Foi difícil, mas consegui. O sistema de comentários do Diário Evolutivo agora está descomplicado mesmo. Mexi, futuquei, montei, desmontei, publiquei, despubliquei, mas consegui. O resultado que vocês estão vendo foi à custa de muito trabalho. Não sabia nada de HTML. Agora, posso até ajudar – leia-se mexer, futucar, desmontar... - quem precisar dar uma melhorada no seu template. Regra número um da vida dos esforços: a gente só dá valor mesmo ao que é feito de nosso suor.
===============
Olha só o que Analy me aprontou...

Mais cinco coisas

26. Visitar a Índia – captar um pouco da paz de Gandhi, entender como se recebe um inimigo com flores.
27. Ver minha cidade tornar-se mais humana, mais civilizada, menos cruel.
28. Conseguir me projetar com consciência e usar a Projeção Astral como uma ferramenta de auto crescimento – escreverei um post sobre o assunto. Para os interessados, visitem o site do IIPC.
29. Fazer uma festa enorme onde poderei reunir velhos amigos, amigos que estão distantes fisicamente, amigos que nunca mais vi e com eles recordar velhos e bons momentos.
30. Reler Cem Anos de Solidão.

E você, anda tornando os seus impossíveis?

quinta-feira, 28 de outubro de 2004

Eclipse

Estava na frente do computador, no meu quarto, às voltas com a publicação dos meus posts, e eis que começo a ouvir meu nome sendo gritado no meu prédio. Ouvia da janela do quarto, mas não sabia quem gritava, nem de onde vinham aqueles gritos: era meu amigo e vizinho Renato, de lá do quarto andar (no playground do prédio) me convidando para assistir ao espetáculo. (É que a localização do meu apartamento é tão boa, que nem vista para a lua eu tenho, quanto mais para o mar, ou para a rua. Só vejo um estacionamento à minha frente. O fato de que eu moro no primeiro andar ainda piora tudo.) Pois bem, subi e me deliciei. Mais misteriosa do que nunca, mais envergonhada do que nunca, lá estava ela: poderosa, presente, insinuante, com aquele brilho de uma luz inexplicável. Um brilho que nem a sombra consegue diminuir, mas só lhe acrescentar beleza e mistério. Quem perdeu o espetáculo, perdeu mesmo. Agora, só em 2007.

Da vigésima primeira à vigésima quinta


21. Aprender a controlar meu tom de voz. O exercício da profissão de educador já me ajudou muito, mas sinto que eu ainda posso me expressar verbalmente com um maior controle da minha voz.
22. Ter uma filha e/ou um filho, e batizá-los de Clarice – uma homenagem a Lispector – e Bento – por si só já um nome de força e de luz.
23. Aprender a economizar. Sempre acreditei na abundância das coisas, mas essa crença por vezes abalou o meu trato digestivo – sempre gastei muito, admito.
24. Aprender a elogiar sem pudores.
25. Ter um jardim. Não precisa ser o mais belo, mas as flores e plantas têm de habitá-lo sorrindo.

Resposta à Ladra do Bem

Ladra, também desejo que você se perca no emaranhado dos seus sonhos e que, de tantos, eles tenham de encontrar uma ordem para se realizar. Que depois do gesto de loucura, depois da procura, eles se organizem, mas nunca deixem à mostra o fio de Ariadne, aquele que conduz a onde tudo começou, ao controle e entendimento do caos. Eu sei, Ladra, eu sei: os sonhos não podem ser controlados numa lista enumerada, mas é que meu didatismo não me autoriza a deixá-los soltos por aí.

Fool me. I like it.

Às vezes gosto de ser enganado. Engano a quem me engana e, em prol de um momento de paz, finjo que acredito, ou finjo que não sei. As coisas fluem à vontade do outro, finjo, finjo e finjo, vivendo numa realidade paralela ao meu gosto, decorada com confortáveis almofadas de penas de ganso, pisos limpos, feitos para ninguém andar. Isso vai até onde eu quero: surpreendo o enganador com um hábil golpe na hora mesmo em que decido que o mundo inventado por mim precisa ser destruído. Recolho as almofadas, corto as asas que me fazem pairar sob o piso de quase-luz, injeto-me uma dose cavalar de realidade pura, cruel, e volto do sonho, chamando ambulâncias, cansado de fingir, doente de tanta irrealidade.

quarta-feira, 27 de outubro de 2004

Olhar de Bastidor II - a surra


Não tenho preconceitos, e por isso não tenho vergonha de dizer aqui que hoje corri pra casa para ver Maria do Carmo espancar Nazaré. Admito que gosto de novela, mesmo as mal feitas como essa - inclusive num desses posts anteriores, Olhar de Bastidor , eu explico um pouco sobre o olhar que eu lanço às novelas, como eu as assisto. Uma coisa que eu gosto especialmente é o do embate entre personagens femininas, nesse caso especificamente representadas por duas grandes atrizes. Não há como evitar comparações: acho que a surra de Nazaré tomou hoje foi muito mais bem feita (digo dirigida, filmada) do que a que Laura tomou de Maria Clara em Celebridade. Quem viu, provavelmente vai concordar comigo.

Da 16ª à 20ª ... e a saga das 100 coisas continua...


16. Ter uma casa no campo, preferencialmente perto de um rio de águas claras e peixes coloridos.
17. Visitar Bonito, no Mato Grosso, e mergulhar naqueles rios de água cristalina.
18. Ter meu próprio apartamento.
19. Receber meu título de Mestre e depois de Doutor e nunca parar de ensinar, aprender e pesquisar.
20. Ler todos os livros de Paulo Freire.

E você, tem pensado nos seus sonhos?

Credo

Pra você que não freqüenta meu Fotoblog:
Acredito em fadas, duendes e gnomos, acredito na Espiritualidade, aqui dentro de mim representada por Deus, nome pelo qual resolvi chamar a força interior que me habita, acredito na felicidade e em suas variações momentâneas, expressas nas ilusões de que não há suficiência de tudo, ou que Deus nos pune, ou de que estamos predestinados a crescer e evoluir através da dor. Acredito na força que emana de dentro de mim, acredito no poder de um sorriso largo e de um beijo dado com amor, acredito na mão que se estende num gesto de gentileza e não espera nada em troca, acredito que o medo sufoca, paralisa e que a consciência liberta, mobiliza, acredito na paz e não só acredito, mas SEI que ela existe perenemente, virtualmente, pairando no mundo esperando ser devidamente acessada, acredito nos anjos, acredito especialmente no meu anjo da guarda pessoal, de nome Noel, acredito na fraqueza humana, nas quedas, mas acredito também que nunca paramos de evoluir. Acredito no sorriso de uma criança, no olhar de fome de um mendigo, no chão de asfalto quente que queima nossos pés. Acredito na educação que prevê a liberdade do indivíduo, acredito na força da família, no poder da maternidade, na fé genética de um espermatozóide em busca do óvulo, acredito nos nove meses que precedem as boas vindas ao mundo, acredito na reencarnação e no livre-arbítrio. Acredito que colhemos o que plantamos, mas não duvido da possibilidade maravilhosa de mudarmos nosso destino através do Amor. Acredito nas pessoas, acredito nas palavras ditas com fé, acredito que somos o que pensamos, acredito na busca do autoconhecimento como caminho evolutivo. Acredito na mudança, na metamorfose, acredito no colorido das asas de uma borboleta, acredito na força de um touro, acredito na leveza de um beija-flor. Acredito na obstinação de uma flor que nasce no cerrado, acredito em Minas, acredito na força mística da Bahia, acredito no poder das águas, na razão de uma chuva forte ou de um sol que queima o chão do sertão. Acredito na simplicidade das coisas, acredito no ócio, na liberdade, acredito na felicidade, acredito na amizade, no sexo e no reencontro de almas afins. Acima de tudo isso, eu acredito no Amor e nas suas diversas formas de expressão, de realização e de incondicionalidade. Acredito em mim, garimpeiro que sou das minhas verdades. Acredito em você, que segura a peneira comigo em busca desse ouro. Acredito no Sempre, realizado no Agora, onde o Tudo acontece, rápida e imperceptivelmente como o bater das asas de um beija-flor. Texto inspirado, em algumas partes, pela coleção de livros ‘Conversando com Deus’, de Neale Donald Walsch, leitura que sugiro.

segunda-feira, 25 de outubro de 2004

O porquê das 100 coisas



Para que vem acompanhando este blog, sabe que estou fazendo a lista das 100 coisas que ainda tenho de fazer antes de morrer. A idéia surgiu depois de ter assistido a um filme chamado Minha vida sem mim, agora nas locadoras para quem tiver curiosidade. É a história de uma menina de seus vinte e poucos anos, que é mãe, tem um marido, uma genitora insuportável e... 2 meses de vida, devido a um câncer recém-descoberto. Agora, nestes últimos dias que lhe restam, ela terá de fazer coisas imprescindíveis para, digamos assim, morrer em paz e satisfeita. Surge então a idéia da lista - cujo número de itens eu aumentei por conta própria, no filme são apenas vinte, eu acho. E isso me faz pensar no que todo mundo pensa todo dia, ou evita pensar todo dia: quanto tempo nos resta? Eu, pessoalmente, não penso nisso. Sei que resta algum tempo, e para mim esta certeza basta. Quero é poder sonhar desesperadamente, esquecer o relógio da vida, tapar os ouvidos para o tic-tac do ponteiro dos segundos, abraçar o momento, viver dentro dele, inatingível que ele é. Quero mais é gastar meu tempo no 'aqui' e no 'agora'. Conseguindo isso, tenho certeza que quando a hora chegar, de tão feliz, vou quebrar o protocolo das entradas celestiais e dar um beijo na boca de São Pedro.

+5das100

... e por falar nisso...:

11. Aprender a cantar - claro que dentro das minhas possibilidades vocais. Mas quero pelo menos afinar o meu gogó e passar menos vergonha na frente do patinho amarelo que toma banho comigo (eu tenho um amigo que toma banho com um Bob Esponja enoooorme).
12. Subir num palco. Ah, isso dá um post. Sou um ator frustrado, não nego. Um dia prometo desabafar aqui.
13. Escrever um livro. Quem sabe um dia não junto tudo isso que venho escrevendo e antes de tocar fogo algum editor insano não resolve fazer uma maluquice e publicar?
14. Diminuir minha ansiedade. Sim, eu assumo: não sei esperar que me liguem.
15. Aprender a dormir cedo, cada vez mais difícil com essa mania de blog.

E você, anda pensando nos seus sonhos?

Sou gentil

Para quem está no Orkut, abri recentemente uma comunidade chamada “Sou gentil” – na realidade queria batizá-la de “Escovo os dentes de torneira fechada”, mas não coube no espaço disponível - , referência ao texto sobre Gentileza que publiquei aqui e no meu Fotoblog a semana passada. Se você se interessa pela questão (por que gentil você com certeza é), join the club! Ah sim, e se você tem alguma sugestão de comunidade legal, me dá o nome que eu tenho interesse!

Sobre os comentários

Acho que tem dado certo esse negócio de anúncio publicitário no Fotoblog. Hoje o número de visitantes aqui aumentou consideravelmente, o que é excelente! Eu sei que o sistema de comentários do Blogspot não é dos mais simpáticos, mas observem que não precisa abrir uma conta aqui para comentar. O processo é auto-explicativo, e quando a janela para comentários se abre é só você dizer que quer comentar como anônimo (em inglês, representado por um cognato, logo embaixo). Daí, escreva o comentário e não esqueça de pôr seu nome no final, porque não se abrirá uma janelinha pedindo que você se identifique como geralmente acontece em outros Blogs... agradeço a todos a paciência, beijão!

domingo, 24 de outubro de 2004

Cara Nova

Mudei a cara do meu blog. Optei por algo mais limpo. Espero que tenham gostado. Neste novo template, deixo de ter a coluna de links, mas fazer o quê, como tudo na vida, cada coisa tem suas vantagens e desvantagens. Mas não vou parar por aí: se você entende de HTML, ou conhece alguém que entenda, me dê um toque, gostaria de fazer algumas modificações na página.

"Não sei o que é pior: saber ou não saber o que está embaixo de nós."


Assisti "Mar Aberto" porque a Folha, a Veja e alguns outros meios disseram que era bom, em muitos aspectos. E é. Não aconselho aos que vêem os filmes holisticamente e não conseguem apreciar partes do todo. Não aconselho aos que não gostam de finais desconcertantes, mergulhados, literalmente, no vazio. Não aconselho aos que têm problemas de claustrofobia. Definitivamente não o aconselho àqueles que, por todos este motivos, poderiam fuzilar o diretor na porta do cinema, caso o encontrasse ao final do filme. É um filme perturbador, de enquadramentos desajeitados, de cenário quase único, mas é um filme correto e principalmente honesto com o que o diretor tinha nas mãos: uma situação de limite, que lhe oferecia pouquíssimos recursos roteirísticos, antagonistas poderosos (excelentes nadadores, diga-se de passagem), protagonistas naturalmente com os nervos à flor da pele e um cenário cruel.
Posted by Hello

Mais 5 das 100

Pra quem vem acompanhando o blog, sabe de onde surgiu essa lista:

6. Não só fazer o curso, mas de fato aprender a fotografar. Não se contentar apenas com o físico (que se fotografa facilmente), mas com a alma (misteriosa e irrevelável para alguns).
7. Viver no agora, ter o futuro e o passado como referências apenas e não como pontos de atrito para o que eu sou.
8. Conhecer Praga.
9. Rever todos os filmes que gostei, acrescentando-lhes um olhar mais maduro, um entendimento maior.
10. Morar por um tempo, até enjoar, em um lugar frio, mas não muito, e voltar sempre pra Bahia para me aquecer no calor que faz aqui nas quatro estações.

Eletricidade

Existe explicação para o tesão? Tem a ver com beleza, traços, cor da pele? Essa atração que prevê o encontro total com o outro, uma fusão mesmo que momentânea, uma união carnal, mas não necessariamente mental, pode ser explicada como? Pela química? Pelo olhar? Por quê, afinal? O que é mesmo que esclarece essa vontade de se entrelaçar, de se ‘comer’ o outro, de comer mesmo no sentido de possuir com inteireza aquela aura de atração que permeia o corpo de quem eu desejo, vontade de montá-lo como um cavalo, ou de incorporá-lo a ponto de sentir como minha a sua pele, vontade que em momentos nem os nossos poucos cinco sentidos humanos conseguem satisfazer, por serem limitados diante de tamanha grandeza atrativa?

Feedback

Não gosto de ironias. Elas não cabem em um relacionamento que pretende ser sincero e do tipo digo-tudo-na-cara-porque-somos-amigos. Ninguém gosta de ser criticado, mas acho que ser criticado dentro de um contexto inteligente, sincero, daqueles que de fato visam o crescimento do outro, vale muito a pena, e é uma ferramenta evolutiva bastante útil. Eu dispenso as ironias, ou a vontade de dizer algo que incomoda através de brincadeirinhas ditas despretensiosas, mas que no fundo pretendem, sim, passar um recado. Amizade que é amizade não usa de subterfúgios, não ilude, resolve os incômodos com um gesto de confiança, de abertura, de carinho. Sarcasmo é uma arma que desrespeita o ato de fé entre amigos. Olho no olho, sinceridade, ética e vontade de fazer o outro refletir com relação aos seus defeitos é coisa de gente corajosa, daquelas que preferem o desconforto momentâneo à jocosidade que disfarça uma crítica.

sábado, 23 de outubro de 2004

Diálogo

Conheci uma menina linda, que um dia pousou no meu Fotolog e deixou uma mensagem igualmente linda. Tive esse diálogo com ela, há alguns minutos. Com a devida autorização, publico aqui para vocês:

Pati diz:
vc chora, vc tem tristeza te falta algo na vida ?
Leo diz:
claro, sou humano
Leo diz::
procuro ser otimista e agradecer sempre. esse é o segredo
Leo diz:
aceitar a vida ao mesmo tempo que deseja que
tudo fique ainda melhor
Leo diz:

não se fazer de vitima
Leo diz:
essas coisas ajudam a gente
Pati diz:
mas te falta algo ?
Leo diz:
sim
Pati diz:
posso saber ?
Leo diz:
um grande amor
Pati diz:
eu sei o que é isso
Leo diz:
não deveria me sentir assim. mas sinto isso sem me sentir uma vítima do destino, sabe?
Leo diz:
é algo saudável
Leo diz:

não me martiriza nem me sufoca
Pati diz:
sei
Pati diz:
mas hj em dia esta muito dificil, as pessoas não tem mais a menor sensibilidade
Leo diz:
mas sinto vontade, as vezes me sinto so
Leo diz:
as pessoas não estao buscando acessar sua sensibilidade, é diferente
Pati diz:
tenho me magoado muito com as pessoas e acho que por isso comecei a ler sua historia e fiquei de quatro, pois pensei que não existia mais pessoas assim
Leo diz:
nunca se deixe enganar por esta ilusão
Leo diz:
nunca caia na armadilha da desilusão, Pat
Leo diz:
isso seca uma alma, esfria um coração. Sempre acredite

100 coisas

Outro dia estava pensando sobre as coisas que eu gostaria de fazer antes de morrer, e descobri o quão saudável isso pode ser. Pensar nestas coisas é pensar em objetivos, metas. É ser otimista e acreditar que há vida suficiente para ser vivida. E que há possibilidades. Pois bem, hoje eu lhes mostro as cinco primeiras coisas (sem ordem de prioridade):
1.Perder meus medos e transformá-los em aventuras. Por exemplo, perder o medo do fundo do mar e mergulhar até lá no fundo.
2. Aprender a digitar sem olhar para o teclado.
3. Ter um aquário de pelo menos 2 metros de comprimento, todo plantado, com peixinhos coloridos e saudáveis.
4. Aprender a não julgar, olhar para o mundo e simplesmente aceitar as coisas como elas são.
5. Fazer um curso de fotografia.

E você, anda pensando nos seus sonhos?

Guardiães dos meus pedaços

De inteiro que sou, me parto aos pedaços. E cada parte de mim se desfaz no tempo. Sou primitivo e abundante, calmo e presente, desafio o contemporâneo das coisas, e em cada um dos meus pedaços, espalhados pela vida, um anjo de asas azuis estabeleceu morada. Canto pelos cantos, mas muitas vezes sequer me ouvem. Dos anjos que me protegem, todos me reconhecem pelas minhas partes. Reunifico-me à meia-noite das noites de lua cheia e, nesse reencontro, os anjos discutem e brigam entre si. Eles querem as minhas asas. Cheio de afeição, lhes ofereço os meus pés humanos, doloridos e em pedaços. Mas os anjos, que não são deste mundo, recusam a minha oferta. Eles nada entendem do sacrifício das asas. Calo-me então. Reunificado, adormeço e com minhas asas azuis vôo nos meus sonhos.

sexta-feira, 22 de outubro de 2004

Beatrix Kiddo


Não há como fugir: o comentário do dia é Kill Bill. Resisti, resisti, diante da violência do filme, mas fui levado pelo fluxo e lhes digo, meus caros amigos: QUE FILMAÇO. Refiro-me a um filme e não aos volumes separadamente, já que o que Tarantino fez foi apenas uma divisão didática para atender ao mercado. Crítica de cinema não é o meu forte, mas não podia deixar de registrar aqui que este é um dos filmes mais geniais, autênticos e inteligentes dos últimos tempos. O que é aquela Daryl Hannah e seu caderninho de anotações? Cinco toques e cinco passos e explode-se um coração? E as barbas mal feitas do mestre? Que closes incríveis na cara do mestre do kung fu são aqueles, ressuscitados dos melhores episódios de Jaspion? Para quem gosta de cultura pop, de um roteiro original e interessante, vale a pena esquentar a poltrona do Multiplex por algumas horas.

Qualquer lugar, Paris

Moço do tempo

Parece que a frente fria, prometida pelos jornais locais como se promete um sorvete a uma criança, finalmente chegou. São quase duas da manhã e já começou um chuvisco fraco na cidade. Não sei vocês, mas detesto sentir calor sem um contexto (leia-se praia). O que eu gosto mesmo é de clima fresco, daqueles que dão preguiça de sair da cama e deixar pra trás o quentinho da colcha de edredon. Mas também não dispenso o verão não: amo ir à praia, suar feito um cuzcuz, só para depois me jogar na água refrescante do mar. Os dias de sol para mim têm um quê muito especial sim, mas devo admitir que uma chuvinha de vez em quando me faz bem feliz também. E por falar em felicidade... janeiro já tá quase aí.

quarta-feira, 20 de outubro de 2004

Nome da mãe

Graças a minha amiga virtualíssima Nanda, hoje é um dia histórico para a minha vida virtual: finalmente, depois de quase dois meses de tentativas frustradas, eis que estou cadastrado no ORKUT. Lá, eu sou Leandro Santana, explico já, já, porque não sou Leandro Costa como todos me conhecem. Na realidade, eu tenho dois cadastros no ORKUT, só que o primeiro que eu fiz (e que achei que não tinha feito, porque um Proxy Error da vida aí decepou o processo no meio) simplesmente ficou indeletável (isso existe?), porque se eu nem sabia que estava cadastrado, como eu posso, for Christ’s sake, saber o nome do usuário e a senha para cancelar o cadastro? Ha, ha, ha... vamos ver se com o tempo e milhares de tentativas de encontrar a senha correta eu consigo deletar o primeiro...Quando você for me procurar, ou encontrar um convite para me aceitar como amigo, você verá logo que o perfil de Leandro Santana é muito mais completo do que o de Leandro Costa. Confuso? Até se acostumar sim, mas tem uma grande vantagem: minha mãe sempre reclamou que eu uso o nome da família do meu pai. Parece que estas confusões tecnológicas serviram, pelo menos, para fazer um agrado à velha.

Vou estar cancelando a sua existência. Um momento, por favor.

E por falar em ORKUT, cadastros, internet, nome do usuário, senhas e por aí vai, não sei onde vai parar esse tanto de senhas, números, códigos. Tem uma senha pra tudo, tem um número pra tudo. Um gesto, um olhar, não valem mais tanto, já que a o muro eletrônico me emparedou e, com seus tijolos feitos de chips, me isolou e me deu uma senha.

-Só pode estar entrando com ela, nem insista. Sr. usuário leocosta, seu dinheiro só poderá estar sendo retirado com a senha correta. E não adianta o senhor estar insistindo, ou estar forçando pela memória. Sua senha estará sendo imediatamente cancelada e...

Não há um segundo travessão: nestes momentos simplesmente não há diálogo. A máquina é uma máquina, só. Isso pode ser ainda mais irritante quando você liga para estes 0800 ou, pior, 0300, e não as máquinas, mas as pessoas mesmo, respondem roboticamente às suas perguntas e não mostram sinal algum de emoção, por mais que você faça a estratégia ‘vou-irritar-até-ele-gritar’. Não adianta. Os mais exaltados partem para a humilhação, até xingam a mãe do cara. Mas tudo que conseguem, em retorno, é um irritante “Este é o procedimento, Senhor Fulano.”

- Para o inferno os procedimentos, meu senhor. Você é feito de que? Corre sangue nas suas veias?

- Naturalmente, Sr., mas já expliquei que é este o procedimento.

É por estas e outras que tem gente que não conta conversa. A coisa começa a ficar difícil, e o cara solta essa bomba:

- Gostaria de falar com quem te demite, por favor.

E fim de papo.

Um

Mais uma vez publico simultaneamente com o Fotoblog:
Ser gentil ou agir com gentileza é, antes de tudo, estar em contato com uma grande verdade do mundo: não existe separação entre nada; tudo está imbricado, unido, dependemos uns dos outros e o que eu faço ao meu próximo reflete diretamente na qualidade da minha vida e, conseqüentemente, na minha felicidade. Pois bem, não é tão difícil assim ser gentil no dia-a-dia. Eu tenho tentado ser mais gentil – confesso que às vezes caio – mas não desanimo: o caminho da evolução pessoal é cheio de altos e baixos mesmo. Mas vou aqui fazer mais uma reflexão junto com você. Vou pensar no nosso cotidiano e nas oportunidades que temos, no nosso corre-corre de sempre, de ser gentis uns com os outros e lhe farei perguntas práticas. Você responderá mentalmente às perguntas e, ao final do texto, você terá decidido por você mesmo o quão gentil você é. Ter consciência do que nós somos e fazemos é o passo número um para o crescimento pessoal. Pronto? Vamos lá então. Você sorri para as pessoas que cruzam seu caminho? Você tem paciência com as pessoas que estão aprendendo uma profissão e por isso são mais lentas e inexperientes? Você realça características boas nas pessoas que encontra? Você procura entender antes de julgar? Você costuma pensar duas vezes antes de fazer um comentário de crítica a respeito de outrem? Se estiver sentado em um ônibus, você se oferece para carregar no colo uma criança ou uma bolsa de alguém que está em pé ao seu lado? Você buzina no trânsito? Você xinga quem dirige mal? Você costuma fechar torneiras de banheiro público, mesmo que você não as tenha aberto, ou você nem liga já que não é você quem vai pagar a conta mesmo? Você costuma tratar bem as pessoas que lhe prestam serviços? Você pratica a empatia, ou a capacidade de se pôr no lugar do outro? Você joga lixo pela janela do carro? Você pára na faixa de segurança, dando a vez ao pedestre? Você empresta seus livros, entendendo que sabedoria e conhecimento não podem mofar numa estante? Você estimula as pessoas com conselhos que lhes fazem crescer? Você entende a grandeza da profissão que você exerce e a expectativa que o universo tem com relação ao retorno que as tarefas que você desempenha pode trazer? Você esgota as possibilidades na hora de ajudar alguém? Você atende ao telefone com um sorriso? Você ainda acha que a sua paz interior vale mais que um lugar perdido numa fila? Você trata bem os animais? Você cumprimenta as pessoas com alegria? Você trata os mais velhos com amor? Ser gentil é crer que a vida é abundante, que se doar ao outro não diminui em nada a quantidade disponível para você no mundo. Seja gentil com você mesmo, e experimente, a partir deste momento, se transformar. Um mundo de paz se faz assim. Beijos em você.

Dia de feira



Hoje é quarta, e essa reflexão cabe perfeitamente aqui. Observe bastante os amigos que te ligam às quartas. E não esqueça aqueles que aparecem sempre nos finais de semana - essa observação às vezes pode revelar algumas verdades. (...) Hoje (terça) foi um dia cheio, daqueles... mas ganhei o meu dia com as belas apresentações dos meus alunos da pós-graduação. Como eles estão bem, e que cuidado tiveram para falar de assuntos tão variados... é bom saber que o trabalho que temos feito tem dado certo.É uma pena que não posso por aqui as fotos, porque ainda não consegui achar o cabo para conectar a bendita cêmera ao computador. Como diz uma certa ladra, xeros!

Posted by Hello

segunda-feira, 18 de outubro de 2004

Teto



Se você souber de algum apartamento para alugar nos arredores da Pituba, de um quarto e com um precinho para professor, por favor me avise. Passei o dia inteirinho atrás de um. E vou te contar, viu? Que coisinha mais chata: olha no jornal, liga, pega chave na imobiliária, vai para o apartamento, não gosta, devolve a chave, olha o jornal, liga... depois de um dia inteirinho, nada. Tudo que sei é que não quero nenhum daqueles apartamentos. Aliás, é só pensar em procurar um lugarzinho com o preço um pouco abaixo do que estou pagando agora, que você se depara logo com cada cafunfo, que vou te contar. Fui em uns apartamentos em Brotas que eram simplesmente imoráveis (imorais + inabitáveis, neologismo meu) - nada contra Brotas, pelo amor de Deus, mas aquele prédio... Eu sou muito chato para morar. Acho que a escolha do seu cantinho tem de ser muito cuidadosa. Gosto de curtir minha casa, gosto de receber amigos, é ali que eu durmo, que eu choro, que eu rio, que eu namoro, que eu passo momentos de reflexão: não dá para ser um lugar que a energia não bata na hora. Daí a dificuldade. Mas vou continuar tentando. E repito: se souber de algum, ajude um quase-sem-teto desesperado. (oooops, toc, toc, bate na madeira!).

domingo, 17 de outubro de 2004

Tanto céu, tanto mar

Tanto céu, tanto mar. Deus hoje foi generoso; gerou um domingo de luminosidade que só se vê nos melhores dias de verão. Pipas no ar, corpos expostos, aquela sensação de merecimento: já há algumas semanas que não tínhamos um domingo de sol. Tarde em Itapuã, e Caymmi estava certo... beiju recheado com doce de leite, leite condensado, côco ralado e molhadinho -, o autêntico crepe nordestino, uma autêntica bomba calórica -, tudo isso acompanhado de uma deliciosa água de côco. Gente passando, festa na rua, pessoas exóticas. Se em Nova Iorque e Paris você consegue ser exótico e impor uma atitude, sei lá, pintando os cabelos de rosa, aqui na Bahia essa exotismo se vê ao natural. Para um bom observador, esteja ele em Itapuã, Ribeira ou qualquer outro bairro popular, essa excentricidade está no jeito natural de ser do baiano – do baiano autêntico mesmo, aquele que não viajou, não estudou muito, que vive numa ignorância sábia do mundo lá fora. É engraçado ver aquelas mulheres gordas, geralmente negras, despojadas, ricas de otimismo e auto-estima, passeando na praia com biquínis minúsculos, sentindo-se maravilhosas. Nessas horas sinto-me feliz, e se muitos vêem uma cena destas e logo lançam um comentário mais crítico, até de desaprovação, o meu olhar é de alegria e até de uma certa tranqüilidade com relação à harmonia das coisas: costumo dizer que quanto mais pessoas felizes e com boa auto-estima ao nosso redor, melhor. Quando se está bem consigo mesmo, você contagia o outro, e cria uma espécie de corrente harmoniosa. E o resultado? Entre outros, domingos de sol, de paz, de brilho e de alegria.

Velhos hábitos


Tarde de sábado perfeita. Fui finalmente pegar a câmera digital com Iara. Agora estou equipado! Filme de Woody Allen: sempre um programão. Ele repete a fórmula, ele interpreta sempre os mesmos personagens, todos os filmes dele são ambientados em Nova Iorque, mas são todos irresistíveis, porque o texto dele é muito bom. Neste último, a temática é a velha coragem que a maioria de nós não tem de desatar os laços que nos unem a velhos hábitos. Quantos de nós não conseguem terminar aquele relacionamento que nos sacrifica e destrói em nós, aos poucos, a capacidade de confiar, de amar e de ser amado? Quantos de nós não conseguem dizer não àquelas ligações profissionais que nos consomem, nos desgastam? Quantos de nós não conseguem se livrar de um vício auto-destrutivo? E por aí vai... Allen consegue, com muita leveza, discutir estas questões. Um bom filme para um sábado, que precede muito de perto uma segunda-feira, também conhecida como o-dia-que-eu-vou-começar-uma-vida-nova.

sábado, 16 de outubro de 2004

Manual

Já lhes contei como rezo? Em primeiro lugar, não peço nada, pois acredito que quando você pede você declara ao universo que não tem, e eu acredito que eu já tenho tudo que preciso para ser feliz; só preciso aprender ainda como acessar o que está disponível para ter uma vida ainda mais harmoniosa. Não acredito que esteja tudo planejado, mas acredito que há metas que tracei e posso cumprí-las através das escolhas que faço no meu caminho. Por esta razão, minhas orações são sempre de agradecimento. Quando agradeço, reforço a positividade na minha vida. Agradeço até pelos momentos aparentemente ruins porque, como Poliana, eu acredito que tudo tem um lado bom. Esta postura de gratidão me conecta mais facilmente com a sabedoria das coisas, e a aceitação do que ‘é’, cria em mim uma aura mais harmoniosa. Em seguida, faço mantras que sempre começam com “EU SOU” (a representação verbal da Energia Divina), seguido de adjetivos de forte valor vibracional. Busco, então, a conexão com as consciências que estão no mesmo estágio de evolução que eu e em estágios superiores, formando com elas um elo de força para a recuperação planetar. Essa postura de amor ao planeta me põe em conexão com a energia da doação, a energia que retorna a mim com um grau de força extremamente poderoso. Por fim, agradeço a presença de toda a espiritualidade, tendo a certeza absoluta de que esterei sempre conectado e inspirado pela Energia Divina.
Sigo este ritual todas as noites, mas confesso que em alguns dias estou mais cansado e não consigo uma boa concentração. Quando isso acontece, muitas vezes meu sono é conturbado. O contato com essa energia passa a ser viciante como, por exemplo, tomar café. A sua falta pode ocasionar efeitos colaterais.

Apple polishers!


Ontem foi o dia do professor, e acabou que nem falei do assunto aqui. Mas no meu Fotolog sim (passe lá). Pra não passar totalmente em branco, coloco aqui uma pequena homenagem que alguns dos meus alunos fizeram para mim - resultado de uma idéia interessante que tiveram lá no UEC: espalharam papeizinhos como este na escola e os alunos podiam mandar 'maçãs' com mensagens para seus respectivos teachers. Os alunos de hoje não são mais como os de antes. Só ganhei uma mera maçãnzinha...

sexta-feira, 15 de outubro de 2004

Olhar de bastidor I - o reencontro

Confesso que hoje chorei na novela das 8. Não sou muito de chorar, quanto mais em novela, mas não resisti à emoção que Suzana Vieira passou com a sua personagem. Foi real, tocou. Sei que corro o risco de parecer piegas, mas essa é uma confissão que eu só faria aqui. Eu gosto das novelas. Assisto sempre que posso. Não assisto a novelas pela história, que eu já sei o fim, que segue a velha fórmula, etc. Assisto com um olhar de bastidor, um olhar que pergunta e admira o ‘fazer criativo’ do autor, a interpretação maravilhosa de algumas atrizes – eu sempre prefiro as atrizes aos atores – a emoção que elas passam. Sei dos problemas, das artificialidades, mas meu olhar é crítico – até quando tenho vontade, porque tem horas que tudo que mais quero é relaxar e torcer, fingindo que não sei que o mocinho e a mocinha ficam juntos no final.

Folgado


Ficar recluso por algumas horas, no silêncio, me faz um bem imenso. Hoje passei boas horas do dia no ócio, sem fazer nada, sem pensar em nada, sem me preocupar com nada (que o meu orientador nem a minha consciência me ouçam), rezando para que o telefone não tocasse, que ninguém batesse na porta, que nenhuma preocupação me pegasse. Esse momento de leveza e de 'não-esperar' por nada reduz a impressão de que o mundo às vezes gira e tenta nos atropelar. Quando começo a ter essa impressão, me dou uma folga. Mas não pode ser aquela folga culpada, aquele folga em que a gente não relaxa, se sente como que cometendo um ato grave, um delito. No silêncio e no ócio está a chave do sucesso. A gente se recompõe, se refaz, se reencontra. Há um tempo li um livro chamado 'A essencial Arte de Parar' em que o autor, Dr. David Kanutz dá dicas práticas de como 'parar' de quando em vez para buscar o reequilíbrio.

Dri

Dri, uma amiga de Minas, muito querida, me mandou hoje um e-mail que me emocionou. Ela sabe do que se trata e se não menciono o conteúdo aqui para vocês, é por pura ética. Quero te dizer, publicamente, Dri, que te desejo boa sorte na sua procura, que as suas paradas não se prolonguem muito, que Deus te acompanhe na sua busca e que, quando você encontrar o que tanto procura, ainda tenha um tempinho para vir aqui me visitar (não só no Blog, como na Bahia também). E obrigado por vir sempre aqui, por ler estes textos, por estar tão presente. E cuida de meu amigo Henrique aí em Minas, ele é todo especial.

Rugas

Outro dia assisti a uma reportagem em que se falava da implantação do real, há dez anos. Hoje, aula de história nas escolas. Eu vivi aqueles dias com a idade que estes jovens de hoje os estão estudando. Estou ficando velho mesmo. Tem gente por aí, que eu encontro em festinhas (será que eu não tenho mais idade para estas festinhas?), que não sabem o que é um Atari, não sabem quem é Roque Santeiro, nunca tocaram num LP, ou só conhecem o Jô como apresentador de um programa de entrevistas. Um dia desses li um texto que me passaram por e-mail que falava disso. Já posso me incluir na ‘geração passada’, já não sou mais um adolescente. O que é mais interessante é que a ficha demora pra cair. De repente me deparo com um garoto de 18 anos e lembro que quando eu estava fazendo vestibular ele ainda tinha 4 ou 5 anos de idade. Meu Deus! Demora, até que a gente olhe no espelho e se veja adulto, maduro, envelhecido, diferente. Já há fotos minhas de poucos anos atrás onde não mais me reconheço. Há momentos da minha vida que são totalmente parte do passado, são memórias de anos, que a gente se refere nas conversas com os amigos igualmente antigos como ‘os velhos tempos’. E o mais curioso é que a impressão anterior é que esse dia nunca chegaria.

No entanto, isso me agrega mais ao mundo, não me retraio, me dignifico. Olho no espelho e vejo as rugas dos trinta se desenhando, meus fios brancos, mas um olhar interno vem sinalizando um ‘valer a pena’ que me mantém com os olhos abertos, no máximo semi-cerrados – um olhar de disposição, de coragem de força. De muita, muita curiosidade a respeito do que ainda está por vir. E ao invés de me centrar nos sulcos que se formam no meu rosto, centro o olhar na profundidade da esfera da vida, que me abriga e com a qual já fiz um acordo: seremos amigos eternamente.

quinta-feira, 14 de outubro de 2004

Teste psicológico ou anamnese de um curioso

Não costumo repetir os textos do Fotoblog aqui, mas achei que este tinha um quê de especial e sei que tem gente que ainda não foi visitar a minha página de fotos.
"Você tem aproveitado bem a sua vida? Tem feito tudo que merece, tem se dado presentes inesperados, tem recusado a infelicidade, dado as mão para o amor? Você tem cavalgado nos seus sonhos, visitado suas memórias, alertado seus sentidos? Quanto tempo tem que você não ri de doer a barriga? Que você não se pega falando sozinho de tanta felicidade (in) contida? Como você se sente quando está só? Você se sente só? Você tem brigado muito, se irritado sem motivos? Tem dado muito dedo ao pessoal lento no trânsito, buzinado muito? Você tem observado o mar? Tem repetido sempre o mesmo percurso para o trabalho, ligado para as mesmas pessoas? Você esqueceu que tem uma agenda no celular? Ou você só aperta o ‘send’ para discar os últimos números? Qual foi a última vez que você chorou no cinema? Você tem viajado muito? Você conhece todos os lugares lindos que estão a um raio de 100 km de sua cidade? Você sente falta de alguém? Você já leu Clarice? Existem livros de poesia na sua cabeceira? Como vão os seus ‘happy-hours’? Você anda fazendo o que nos domingos à noite? Gostaria de conhecer o fundo do mar? Você já experimentou comer mangaba? Já mordeu uma pêra bem madura? Já leu o Pequeno Príncipe? E a paisagem da sua janela, você ainda repara? Você sabe algum poema de cor? Já leu Drummond, Clarice, Saramago, Ubaldo ou Pessoa? Você lembra da última vez que choveu? Você lembra do último beijo apaixonado que recebeu? Você já foi a Minas? Já sentiu muito frio? Já abraçou de não querer soltar? Já surfou no ônibus? Você já saiu sem rumo? Já soltou papagaio? Já andou de trem? Você tem se olhado no próprio olho no espelho? Tem adiado muita coisa? Você pensa nos seus problemas até perder o sono? Você tem trocado a praia pela TV? Você mexe no seu baú de fotos? Você faz muitas perguntas? Você voa nos seus sonhos? Quanto tempo tem que você não ouve o seu coração bater? Você já acordou sorrindo? Você já agradeceu pelo que não vê? Você tem muita saudade? Você tem saudade de um tempo que nem mesmo você sabe qual é, um tempo em que estas perguntas não poderiam existir, porque você apenas pairava, como uma pluma, se deixando levar por uma brisa azul?"

Emergencial

Hoje a Ladra do Bem quase dá entrada no Aliança para fazer uma sessão de terapia emergencial por não estar conseguindo deixar comentários neste Blog. Ela tentou, insistentemente, postar comentários, mas o máximo que ela conseguiu foi receber os próprios via e-mail. Observando que o número de visitas que este Blog tem recebido é relativamente alto diante dos pouqíssimos cometários devidamente registrados, não pude deixar de investigar a razão pela qual minha amiga bloqueira estava atravessando tamanho sufoco - "não é possível que o problema seja tão sério assim" - pensei. Investigação feita, observei que eu não tinha alterado as configurações para comentários, o que estava deixando meus visitantes (pelo menos os que tentaram escrever) em estado de total frustração por não poderem se comunicar comigo devidamente. Vejam o caso da Ladra do Bem, por exemplo - ela me enviou um e-mail por dia para comunicar seus assaltos! Caros visitantes, agora postar um comentário no meu Blog é mais fácil do que fazer xixi nas calças: clique e escreva, dois passos simples, mas com resultados gratificantes para mim! Beijos e desculpem os transtornos!!!

quarta-feira, 13 de outubro de 2004

Transeuntes


Benditas sejam as pessoas que cruzam a minha vida. As pessoas que enfrentam o dia-a-dia, mas não perdem a essência da beleza, da bondade e do carinho pelo próximo. Gente que escolhe ser feliz, mesmo quando todas as placas no caminho insistem em dizer que o caminho não mais existe. Pessoas que eu conheci um dia e que continuaram na minha vida. Com essas vibro, com essas torço, com essas brigo. Mas são elas que me fazem o que eu sou. Sem elas eu perco as referências. Sem elas sou uma vela acesa num dia claro. Uma vela que desconhece o seu poder de luz, simplesmente porque nunca soube o que era o escuro. Toda gente que passa na nossa vida traz um pouco desse oposto do que nós somos. Muitas delas trazem até a escuridão. Mas eu bendigo a escuridão. Sem ela minha luz não se pode mostrar. Por isso eu agradeço todos os dias.
(Ilustração retirada do livro Mania de Explicação, de Adriana Falcão)

Cotton candy

Dia das crianças. E o sol continuou brilhando por aqui. Deu, para quem quis, se divertir como uma criança nas praias de Salvador, ou até mesmo ir para um parque de diversões, ou comprar algodão-doce ou pipoca doce (adoro!) no Parque da Cidade, ou assistir a "O Espanta Tubarões" - que por sinal, ainda não ví. Não sei porque tanta gente ainda insiste em ter medo de ser feliz. Esse dia, mais do que um dia para dar presentes às crianças ou rezar pela Padroeira, é um dia para refletir. Será que é vergonhoso (plagiando minha amiga blogueira Naty) agir um pouco mais de forma infantil, naquele sentido bem bobo e ingênuo mesmo, descompromissado com os olhares de reprovação dos outros com relação à forma que você escolhe para demonstrar o que você é? Pense aí...(faz o favor de pensar mesmo, que uma das missões deste blog é fazer refletir, viu?). (...) Bem, voltando ao dia de hoje, diante de tantas opções lúdicas, escolhi a praia mesmo e depois, com todo o prazer do mundo, fui ver os meus sobrinhos, minhas crianças queridas. E não pude deixar de sentir saudades do tempo em que eu comia banana amassada lambuzando o rosto inteiro ou ficava na frente de um autorama vendo os carrinhos darem mil voltas sem parar.
Olha a foto deles aí. Exceto pela menininha, os outros dois são meus sobrinhos: Ângelo (o mais velho) e Pedro.

terça-feira, 12 de outubro de 2004

Remorso

Não é fácil morar na Bahia. Veja bem que depois de dois dias de chuva em pleno feriado, hoje o céu amanhece meio nublado, mas meio que prometendo. Não dá pra ficar em casa em cima do computador, não há como não se sentir culpado. Tudo bem. Ligação de Vinis, "passa aqui, a gente almoça e vai". Antes das 13h, estamos no Porto da Barra. Praia lotada. Gente por todos os lados, falta espaço na areia até para pôr os pés. Essa semana que entrou a maré tá cheia à tarde, aí já viu. O espaço disponível cai pela metade. Vendedores, alugadores de cadeiras - eu já tenho a minha própria para evitar transtornos -, água de regador nós pés. Dia cheio, gente pra falar, mar pra se banhar, barquinhos à distância te chamam para te ninar lá longe no mar. Como posso ir à praia, não entrar no mar e não me sentir culpado? Lá vamos eu e Vinis, inseparáveis. Andamos até a outra ponta da praia, pulamos do trampolim, nadamos até um dos barquinhos e, depois de várias braçadas, de volta à terra firme. Impossível ir embora ainda. Ainda é cedo. E o sol, não se despede não? Como não se sentir culpado por perder o pôr-de-sol no Porto da Barra? Ok, ok, temos de ficar até pelo menos as 17h30. Que chato, mas é melhor assim, nada de culpas no feriadão. E assim o sol se pôs, tranqüilo, sem culpas, pra receber um aplauso de mãos cheias dos inocentes que, na areia, admiravam o espetáculo.

Passado

Hoje na praia um cara chegou pra mim e disse que eu já conhecia ele sim, e que eu não falava com ele porque eu era metido. Não é a primeira pessoa que diz isso de mim. Vamos esclarecer, de uma vez por todas, que eu sou metido sim. Mas não sou mal-educado. Um pouco de metidez nos proteje, nos dá um certo ar de mistério necessário para nos preservar. Não dou muita ousadia a quem não conheço ou, no meu caso, em muitas circunstâncias, a quem eu não lembro que conheço. E é verdade. Sou um péssimo fisionomista; não no sentido estrito: eu lembro dos rostos, mas não sei de onde eu conheço as pessoas - "ex-aluno, estudou comigo, beijei na boca??"- ou até, em várias situações- pasmem!- nem sei que grau de intimidade tenho com elas. Então as consequências são péssimas. Posso falar calorosamente com alguém que eu apenas troquei duas palavras, e ser frio com quem já formei um laço mínimo de relação. Não pensem que é fácil ser assim.
Ah sim, o cara da praia? Bem, não me pergunte, porque até agora não sei quem é.

segunda-feira, 11 de outubro de 2004

Quem não medita se trumbica

Não tem pra onde correr. Aonde quer que eu vá, com quem quer que eu fale, o que quer que eu leia a respeito de espiritualidade e evolução pessoal parece ser senso comum o fato de que meditar, para quem busca esse caminho, é um hábito indispensável. Se existe algo com que todos os gurus espirituais concordam é que meditar é a melhor forma de se autoconhecer e encontrar a felicidade. Parece tão simples: “sente-se numa posição confortável e tente não pensar em nada por pelo menos trinta minutos de manhã e mais trinta à noite”. Simples? Como assim? Não pensar em nada? Ha, ha, ha. Não consigo nem encontrar a tal da posição confortável, quanto mais! Mas brincadeiras à parte, é inegável que meditar é um dos caminhos para se alcançar a paz sim. Acredito muito que a realização pessoal está completamente relacionada ao descobrimento e acesso ao nosso ser interior. O diálogo com este ser se estabelece através do silêncio, do estado de ‘não-mente’. Aquele estado em que paramos de julgar, questionar; a condição em que estamos mergulhados nas incertezas e por isso com um leque imenso de possibilidades à nossa frente. Meditar é uma arte. Para poucos? Talvez sim, se você pensar que muito pouca gente se dedica de fato a ela. Mas não tenho dúvida de que é uma arte acessível a todos que se empenham. Hoje ninguém discute que quem não comunica se trumbica. Com a evolução dos nossos hábitos e com a valorização do silêncio, quem sabe um dia não vai ser senso comum que se trumbica, sim, quem não faz silêncio e medita? Namasté!

Titan

A maior flor do mundo, que só desabrocha duas ou três vezes em seus 40 anos despertou. Ela é a maior flor do mundo, raríssima, mas fede. Insuportavelmente mal-cheirosa, a ponto de só podermos nos aproximar dela com máscaras. Mas que sentido há na vida, meu Deus. A maior flor do mundo não poderia ser também a mais cheirosa de todas, não podia ser aquela que encanta e inebria uma floresta inteira? Mas não, ela tinha que ter uma imperfeição, um quê de humano. Mas não é sem razão o seu mal cheirar: é por causa dele que ela mantém a sua existência. É por causa da sua falha - quase imperdoável - que ela resiste mais talvez do que qualquer flor. Nas três vezes que desabrocha, na sua longa existência de flor, a Titan - esse é o seu nome - exala seu odor para atrair os bichos que vão lhe fertilizar, lhe manter a vitalidade. Porque na vida não há quês sem porquês, não há cheiros para atrair ninguém.

domingo, 10 de outubro de 2004

Sequel

Acabei de voltar do cinema. Existem filmes inúteis, e esse é um deles. Raquel escolheu o filme, por ter assistido ao primeiro da série e gostado. Ela sugeriu, eu vesti uma roupa, peguei o carro, fiquei 15 minutos na fila, e o filme foi uma verdadeira bomba. A pipoca, que custou 10 reais (um absurdo), estava salgada, a coca era de máquina, mas tudo bem, nessas horas uma boa companhia salva tudo. E acabou sendo divertido.


Novela

Por que tantas vezes tem de ser assim? Por que o amor não nos encontra e o final feliz está pronto? Porque os personagens tem de gostar, desgostar, se desentender, até que chegue o final feliz ou até que um ponto final seja dado à história? Porque dizer que se gosta e entender o olhar do outro é tão difícil?

Blog e Auto-conhecimento

Há algum tempo venho buscando formas de me conhecer melhor, que é igual a evoluir, que é igual a entrar em consonância com o nosso papel nesse mundo - não parar. E escrever este Blog tem me ajudado. Não sei se isso anda acontecendo com você que me lê e também tem um diário virtual, mas passo bons momentos do dia em busca de 'pautas'. Essa busca é uma forma de treinar estar 'presente', 'consciente', se observando e observando o mundo - afinal o que antes passava despercebido, hoje pode se transformar em um texto interessante (ou não) aqui. Neste processo, me analiso mais, penso mais a respeito de mim mesmo, do meu papel no mundo e de como lido com as pessoas e de como as pessoas, por sua vez, lidam com esse mundo. E é impossível não observar a diversidade, a variedade de formas de se observar e reagir às coisas - e admirar esse caldeirão de dessemelhanças. Como diz Clarice, tomar conta do mundo não é uma tarefa fácil. É, pensando em Clarice, de repente imagino como seria interessante se naquela época ela pudesse escrever um Blog - mas isso aí é assunto para uma outra pauta.

Pálpebra

Ainda é cedo pra amanhã. Mas o tempo urge, e não há horas disponíveis para sonos demorados. Se os olhos fecham, vejo sombras. Se os mantenho abertos, pelo menos garanto uma fatia de realidade. Quando há sono, durmo e fico imerso em realidades passageiras, sonhos com cores que não posso descrever, paisagens que não caberiam numa fotografia. A brisa que vem com esses primeiros raios parecem dançar ao som dos pássaros que madrugam. E eu aqui, homem absorto, olhos abertos, esperando não sei o quê.


sábado, 9 de outubro de 2004

Sushi, Templates e Drummond

Depois do meu banho de alma eu resolvi comer sushi, sozinho. Se existe uma coisa que detesto fazer, essa coisa é comer só. Gosto de comer sem pressa, não gosto de me concentrar exatamente na comida, e uma boa companhia ajuda muito. Televisão não serve. Tem de ser de carne e osso, tem de ter assunto, tem de ser agradável. Topo quase todo programa sozinho: vou ao cinema, à praia, ao teatro, mas não topo sair pra jantar sozinho. Já disse lá no meu flog que é possível viver sozinho, que a felicidade está dentro de nós, etc... mas esqueci das refeições. Nessas horas não dá para estar só. ((()))Hoje passei o dia tentando entender esse lance de Blog, escolhendo templates, entrando no Google para achar alguém que me explicasse como usar as ferramentas. E hoje meu Blog enlouqueceu, mudou de cara várias vezes. Eu sou assim: quando me empolgo com alguma coisa, penso só nisso o dia inteiro, não largo do pé. Aproveito aqui até para pedir ajuda a quem entenda. ((())) E para não ficar um post muito técnico, vou mandar um Drummond daqueles de arrepiar os cabelinhos da alma:

"É sempre no passado aquele orgasmo,é sempre no presente aquele duplo, é sempre no futuro aquele pânico.

É sempre no meu peito aquela garra.É sempre no meu tédio aquele aceno.É sempre no meu sono aquela guerra.É sempre no meu trato o amplo distrato.

Sempre na minha firma a antiga fúria.Sempre no mesmo engano outro retrato.É sempre nos meus pulos o limite.

É sempre nos meus lábios a estampilha.É sempre no meu não aquele trauma.Sempre no meu amor a noite se rompe.

Sempre dentro de mim meu inimigo.E sempre no meu sempre a mesma ausência"

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Passando a bucha na alma

Hoje tomei um banho de lavar a alma. Você já tomou um? Não trata-se aqui de um banho em que você lembra de esfregar partes que costumam ser ignoradas. O lavar a alma que eu me refiro aqui é lavar a alma mesmo. Como eu faço? Em primeiro lugar é importante saber onde deixar a água cair e o que imaginar quando ela está caindo, e com quem conversar enquanto ela cai. Geralmente deixo que a água caia na minha nuca e no topo da minha cabeça. Imagino que a água é pura luz penetrando nestas partes. E quanto a conversa... bem, não me julguem como louco. Converso com a própria água, e peço que da minha alma ela retire todas as impurezas. Louco, eu?

Sexta de chuva em Salvador. E essa me pegou de surpresa. Não esparava esse tempo em pleno Outubro. 21 graus. Delícia. Nesse inverno que passou realizei um sonho: passar frio em Salvador - tudo bem, sei que só foi um friozinho... mas quem não pegou aquele casaco velho, cheirando a guardado e colocou e saiu e olhou os termômetros, querendo mais? Delícia... E hoje tá assim, 21 graus de puro edredon cobrindo a pele...

sexta-feira, 8 de outubro de 2004

Distanciar-se

Ao distanciar-me, me aproximo mais ainda de mim mesmo. Quando crio incerteza, mergulho num infinito de possibilidades. Hoje é o meu primeiro post. Nem sei se levarei isso em frente, essa é uma das minhas incertezas...